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Inteligência artificial como aliada em relação ao Transtorno do Espectro Autista.

O Transtorno do Espectro Autista ( TEA ), de acordo com a Organização Mundial da Saúde ( OMS ), afeta aproximadamente uma em cada 160 crianças no mundo. 

Para quem nunca ouviu falar, o TEA é um transtorno de desenvolvimento neurológico que afeta as habilidades sociais e comunicativas do indivíduo. Geralmente se manifesta na infância até os 3 anos de idade. O termo espectro diz respeito ao fato de cada pessoa ser afetada apresentar uma ampla variedade de sinais e sintomas, com diferentes níveis de gravidade. Os sintomas mais frequentes incluem ausência completa ou dificuldade de manter contato interpessoal ( principalmente contato visual ), incapacidade de aprender a falar ou não uso da fala como principal forma de comunicação, movimentos repetitivos e comprometimento da compreensão. 

Os fatos mais impactantes disso tudo ? O TEA não possui cura, ou seja, estará presente durante toda a vida do indivíduo. Além disso, não é fácil de ser detectado, já que não existem exames de laboratório capazes de detectá-lo e devido a variedade dos sintomas, o diagnóstico deve ser dado por uma série de profissionais especializados. As famílias de crianças com TEA podem esperar até 13 meses para receber o diagnóstico desde o contato inicial com os médicos. 

E que consequências isso traz para os indivíduos autistas e suas famílias ? Um diagnóstico tardio também significa um tratamento tardio. Por se tratar de um espectro, há a possibilidade de evolução ou regressão, por exemplo, uma criança diagnosticada com autismo leve pode chegar ao nível moderado, ou vice-versa, o que pode prejudicar o desenvolvimento da criança.  

O tratamento mira minimizar os impactos do TEA na comunicação e no aspecto social das crianças e envolvem mudanças na alimentação, fonoaudiologia, musicoterapia, psicoterapia, terapia ocupacional, equoterapia, psicomotricidade. Como podemos observar a série de cuidados pode ser bem custosa para os responsáveis. E nessa linha recentemente surgiu um novo aliado para ajudar as crianças com TEA e os responsáveis : a Inteligência Artificial. 

A Inteligência Artificial (IA) já foi tema de algumas postagens no Instagram do CST e diz respeito a uma área da ciência da computação que estuda o desenvolvimento das máquinas/ computadores com capacidade de imitar a inteligência humana. A IA tem sido aplicada na área da medicina desde anos 70 gerando impactos positivos pois auxilia especialistas na tomada de decisão. 

Nesse momento você aí de casa, lendo esse texto no seu celular/ tablet ou computador deve estar pensando: “Pô CST, tá bom então o que a Inteligência Artificial tem a ver com o Transtorno com o Transtorno do Espectro Autista ?” Calma jovem padawan, a explicação vem a seguir. Na área médica, a IA têm diminuído a quantidade de falhas em diagnósticos, além de aumentar a possibilidade de se descobrir uma doença, antes que ela alcance um estágio avançado, colaborando com o trabalho dos profissionais. Viu ? Tudo a ver com o nosso tema de hoje. A IA tem contribuído para o diagnóstico do TEA. Inclusive, alguns métodos  e softwares foram traduzidos e validados aqui no Brasil. Esses processos em conjunto com a IA simplificam e agilizam o diagnóstico do TEA. 

Além disso, a IA pode representar um diferencial para crianças e adolescentes autistas em sala de aula. Por causa das características do TEA é de se imaginar que incluir os alunos autistas é um desafio tanto para as crianças e adolescentes com TEA quanto para os professores que têm a missão de ensinar a eles. Felizmente, a IA tem ajudado muito no aspecto da inclusão do indivíduo autista em sala de aula. A utilização de ferramentas de IA com crianças e adolescentes com TEA têm mostrado impactos positivos no aprendizado dessas pessoas e têm a aprovação de professores, pais e terapeutas. Além de permitir identificar os pontos fracos dos estudantes, a IA promove uma maior independência para os estudantes com autismo aprenderem e realizarem suas atividades. 

Obviamente, ainda existe um longo caminho a ser percorrido para integrar as ferramentas de IA com as necessidades das pessoas que convivem com o TEA, mas o importante é que os primeiros passos estão sendo dados, e isso é importantíssimo para a inclusão do indivíduo autista. A luz para a construção de uma sociedade mais inclusiva, plural e democrática vai se acendendo aos poucos. 

Referências 

BARUA, P. D. et al. Artificial Intelligence Enabled Personalised Assistive Tools to Enhance Education of Children with Neurodevelopmental Disorders—A Review. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 19, n. 3, p. 1192, 2022.PONTES, A. N. et al. Triagem do Transtorno do Espectro do Autismo em escolares: uso da inteligência artificial. MEMNON EDIÇÕES CIENTÍFICAS LTDA., p. 51, 2020.

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