Acho que alguns de vocês provavelmente já escutaram das suas mães que eram muito “chatos” para comer. Pois bem, aí vai um ‘plot twist’ daqueles, os nossos gostos têm origem no útero e foi influenciado pelo que as nossas mães comiam! Exato, é tudo culpa delas! Ou quase, por favor não saiam jogando isso na cara delas, você sabe o que pode acontecer!
Por volta da 10ª semana de crescimento do feto, os receptores da nossa língua e nariz (pois o sabor é a junção do olfato com o paladar) começam a se desenvolver. Esses receptores irão ser estimulados quando o bebê inalar e engolir o líquido amniótico, que tem em sua composição os nutrientes que vem da alimentação materna, “acostumando-os” àquele determinado sabor. Para exemplificar isso, foi feito uma experiência simples pelos pesquisadores na qual testou-se a preferência por cenoura em 2 grupos de bebês: um em que a mãe consumiu grandes quantidades de cenoura durante a gravidez e amamentação, e outro em que as mães consumiram pouca cenoura. Ao final, os filhos das mães que comeram altas concentrações de cenoura mostraram uma maior preferência pelo legume em comparação aos que consumiram menos.
Existe também o conceito de que o gosto doce está relacionado com o instinto de sobrevivência e caça ao alimento. O doce é um indicativo de que o alimento está maduro e que, portanto, oferecerá a energia necessária para o crescimento e fortalecimento do bebê. Já os gostos azedo e amargo são rejeitados porque estão relacionados a veneno, representando perigo.
Outro elemento bastante importante para o desenvolvimento de uma preferência alimentar é o círculo social. Quando somos apresentados a um alimento pela primeira vez, o ambiente à nossa volta tem grande influência sobre a nossa resposta. Se a comida for oferecida de forma forçosa ou mandatória a tendência é haver uma rejeição, mas se for de forma livre, sem pressão, a aceitação é a resposta mais provável.
Viu, a culpa da nossa mãe é parcelada. Porém, da próxima vez que ela reclamar, você poderá responder (com educação, se não a chinela voa!) de um jeito bastante científico e vencer pelo menos uma vez a discussão!