Que o plástico é um dos maiores problemas ambientais deste século nós sabemos, mas qual é a melhor forma de descartar ele? Bem, existem diversos jeitos para isso, lembram dos 3R’s? Reciclar, reduzir, reutilizar? Agora são 7R’s: Repensar, reciclar, reduzir, reutilizar, reparar, reintegrar e recusar, porém nem sempre é feito um descarte correto e os plásticos acabam parando na natureza. Por conta disso, os cientistas estão em busca daquilo que promete ser o melhor meio de cuidar do plástico, comê-lo!
A enzima é um tipo de proteína que acelera reações químicas, ou seja, catalisa. No organismo dos seres vivos as mesmas estão presentes em situações como a respiração e digestão, ajudando a regular esses processos. Mas como assim comer plástico? O que os pesquisadores estão estudando são microrganismos, principalmente bactérias, que possuam enzimas capazes de digerir os componentes presentes no plástico, especificamente o politereftalato de etileno, o famoso PET pois é o tipo mais abundante em nosso planeta atualmente.
Pesquisas para encontrar enzimas capazes de comer plástico ganharam sua força quando cientistas japoneses acharam uma bactéria que comia tal substância em lamas que ficavam ao redor de fábricas de reciclagem. A partir disso, diversas empresas ao redor do mundo começaram a investir em estudos para achar o componente milagroso.
As enzimas são atraentes para decompor o plástico porque utilizam menos energia, atuam em temperaturas relativamente baixas e são capazes de interagir com moléculas específicas, podendo então serem usadas para digerir um certo tipo de plástico que esteja misturado a outros.
O objetivo da pesquisa, no entanto, não é encontrar uma enzima superpoderosa que sai digerindo qualquer plástico que vê na frente (claro que se descobrirem isso será maravilhoso). O que eles querem encontrar são enzimas que possuam algum tipo de ação sobre o plástico e modificá-la geneticamente para torná-la capaz de quebrar as cadeias de oxigênio e carbono que formam o PET (por causa disso recebem o nome de PETase). Mas a ideia dos cientistas não é somente digerir e acabar. A digestão é basicamente um processo de quebra e transformação. Depois de quebradas, as sequências de oxigênio e carbono podem ser usadas para formar novamente o plástico numa espécie de reciclagem enzimática ou até mesmo em outros químicos.
Tudo isso ainda é muito novo e existem grandes obstáculos pela frente, tais como qual é a melhor forma de utilizar esse processo em larga escala e, principalmente, seu custo. O gasto para fazer o plástico é muito baixo. Por isso, o custo do processo de reciclagem pelas enzimas, se for utilizado futuramente, deverá se comparar ao do plástico, mantendo os mesmos preços e demandas.
Mas enquanto isso não acontece, nosso dever como moradores desse planeta é cuidar do meio ambiente. Ponham os 7R’s em prática e evitem o consumo de embalagens de plástico.