Por: Mariana de Mattos Silva, aluna de graduação em Enfermagem pela UFF.
Orientação: Prof.ª Dr.ª Lucianne Fragel Madeira e Dr. Gustavo Henrique Varela Saturnino Alves.
Você já ouviu falar de algum peixe que dá choque? Ou talvez, de enguias, peixes-elétricos ou.. Poraquê?! Sim, esse é o nome dado à espécie Electrophorus eletricus, a principal dos poraquês encontrados no Brasil, que podem também ser conhecidos como espécie de peixes actinopterígios. São vistos na bacia do Amazonas, em rios no Mato Grosso e Rondônia e também em outras partes da América do Sul. Esses peixes possuem a capacidade de eletrocutar sua vítima com choques de até 860v, que é um valor 7 vezes maior que a potência de uma tomada doméstica. E como ele faz isso?
O poraquê é composto por células chamadas eletrócitos, presentes em seus músculos, que se adaptaram evolutivamente a ponto de produzirem e dissipar a energia. A diferença entre uma célula muscular normal e um eletrócito é que, enquanto a primeira se contrai ao receber um estímulo nervoso, a segunda é especializada em converter essa excitação em eletricidade. O choque produzido por ele é chamado de “choque cavalar”, pois voltagens que ultrapassam 500v são fortes o suficiente para desmaiar um equino. A desse peixe tem uma amplitude entre 0,5v a 860v, o que faz o nome desse animal, na língua Tupi, fazer sentido, já que na tradução para o português, temos aquele que “ faz dormir”. Isso é facilitado pelo sistema de cadeia que ocorre quando a célula é estimulada e transforma essa excitação em eletricidade e vai acionando as seguintes para fazerem o mesmo e potencializa o choque, e também torna todo o seu corpo capaz de chocar.
Ele realiza o processo de eletrogênese, que é a produção de energia, e, também, capta a mesma pelo processo de eletro captação que o permite atingir uma gama diferente de intensidades, podendo ser fracas, utilizadas para localização e se comunicar com outros peixes elétricos, e de forte intensidade, para se defender de predadores e aplicar nas suas vítimas. O poraquê emite descargas elétricas por meio de eletrócitos, enquanto os eletro-receptores em sua pele captam as mudanças no campo elétrico. Essas células especiais estão ligadas a terminações nervosas, que levam a informação ao cérebro, permitindo que o peixe forme uma “imagem elétrica” do ambiente ao seu redor.
O choque produzido pelo poraquê pode ser chamado de ‘choque cavalar’ pois voltagens que passam de 500v são fortes o suficiente para desmaiar um equino. A do peixe tem uma amplitude entre 0,5v a 860v, o que faz o nome desse animal, na língua Tupi, fazer sentido, já que na tradução para o português, temos aquele que “ faz dormir”. Isso é facilitado pelo sistema de cadeia que ocorre quando a célula é estimulada e transforma essa excitação em eletricidade e vai acionando as seguintes para fazerem o mesmo. O seu corpo, alongado e cilíndrico, sem nadadeiras dorsais ou pélvicas, de coloração marrom-acinzentada pode alcançar até 2,5 metros de comprimento e pesa cerca de 20 kg, com uma pele lisa e sem escamas. A dimensão do peixe influencia também no potencial do seu choque, já que 90% de seu corpo é responsável pela produção da eletricidade, que é feita pelos músculos. Então, é possível a ideia de que quanto maior é o corpo, maior será a força do choque.
Esse animal pode ser comparado com uma pilha, pois, caso você segure em sua cabeça e sua cauda ao mesmo tempo, pode transmitir uma corrente que mimetiza um circuito elétrico, com a cabeça atuando como energeticamente positiva e a cauda, negativa. Com isso, o indivíduo que estiver segurando o peixe, receberá toda a descarga em seu corpo. Mas, qual é o risco de encontrar um poraquê?
É possivel que você dê de cara com um poraquê em alguma bacia, rio ou igarapé na região Amazônica, devido a necessidade que esse peixe possui de oxigênio (O2), já que há uma certa volatilidade da quantidade de O2 na água das bacias da Amazônia, e, devido à evolução, esse peixe é denominado como um respirador aéreo obrigatório, ou seja, caso fique sem oxigênio, pode ser afogar. É nesse momento que ele vem à superfície e há um maior risco de encontro com o poraquê, que pode eletrocutar se for encostado ou utilizar da vantagem da água ser uma boa condutora de energia e atingir sua vítima, caso se sinta ameaçado. Também, em situações de desastres ambientais, onde seu ecossistema original foi deturpado ou perdido, e ele acaba migrando para áreas mais urbanizadas ou acessadas por humanos.
Referências:
Choque de peixe-elétrico da Amazônia pode acender lâmpadas e até matar cavalo; entenda