Por: Aline Mattos (Doutoranda em Neurociências)
Orientação: Prof.ª Dr.ª Lucianne Fragel Madeira e Dr. Gustavo Henrique Varela Saturnino Alves.
Os aparelhos eletrônicos para fumar (DEF) podem ser conhecidos por muitos nomes: cigarros eletrônicos, vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar, heat not burn, entre outros. Eles foram criados em 2003 como uma alternativa “segura” ao cigarro tradicional.
Você sabe a principal diferença de um cigarro eletrônico do cigarro convencional? O principal é sua constituição química!
Os vapes são anunciados como tendo concentrações menores de nicotina, que se encontra no estado líquido. Além dela, os líquidos, também conhecidos como juices, têm produtos mais de 80 substâncias como o Propilenoglicol; Glicerina; Nitrosaminas; químicos oxidativos; Metais; Benzaldeído, cinamaldeido ou diacetil. Muitos desses adicionais de nomes difíceis são usados para dar o gosto suave e adocicado e estão estreitamente relacionados ao surgimento do câncer!
Como funciona o cigarro eletrônico?
Como já vimos, o vape pode ter diversas substâncias no estado líquido. Esse material fica armazenado em um cartucho que, por sua vez, está próximo a uma bateria responsável por aquecer o líquido no cartucho para que este seja inalado, simulando o ato de fumar.
E por falar em simulação, o fluxo de ar acende um LED na parte final do cigarro eletrônico que imita um cigarro aceso!
Existe vantagem em usar no cigarro eletrônico?
Os principais argumentos em prol do uso cigarros eletrônicos ao invés dos tradicionais são: 1) a (suposta) redução do consumo de nicotina; 2) não gerar fumantes passivos pois as substâncias queimadas não saem pela fumaça e 3) não prejudicar o meio ambiente pois não há liberação de CO2 na queima.
Porém, uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), identificou que fazer uso de cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro comum e em mais de quatro vezes o risco de uso de cigarro.
Como o líquido contém nicotina, o usuário pode ser levado à dependência dessa substância e, consequentemente, passe a procurar outros produtos tabagistas. Como se sabe, o tabagismo é um dos principais fatores de risco evitável que é responsável por mortes, doenças, diminuição da qualidade de vida. Por essa razão, especialistas em saúde recomendam que não fumantes não façam uso de cigarros eletrônicos.
Além disso, por meio da Resolução de Diretoria Colegiada da Anvisa RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009 é proibido comercializar e importar esses aparelhos no Brasil. Essa decisão se baseia no princípio da prevenção, ou seja, como não há dados científicos suficientes para comprovar a segurança no uso desses produtos, ele não pode ser liberado.
Este tipo de produto é muito popular entre adolescentes e jovens adultos e pode causar lesões pulmonares graves e levar à dependência da nicotina. Além do mais, pode causar também danos na mucosa oral, rinite, irritação da garganta e olhos, pneumonia entre outras condições.
Todos os tipos de cigarros trazem malefícios. Então, dizer não ao cigarro é a melhor alternativa em prol da saúde!
Referências:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/tabaco/cigarro-eletronico
https://drauziovarella.uol.com.br/drogas-licitas-e-ilicitas/quais-sao-os-efeitos-do-cigarro-eletronico-no-organismo
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/por-qual-motivo-o-cigarro-eletronico-vape-faz-mal.htm