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Desvendando o Abismo: Explorando a Fossa das Marianas

Por: Mariana de Mattos Silva, aluna de graduação em Enfermagem pela UFF.

Orientação: Prof.ª Dr.ª Lucianne Fragel Madeira e Dr. Gustavo Henrique Varela Saturnino Alves.

Você já se perguntou o quão fundo é o oceano?

Se a resposta for sim, saiba que a ciência já tem uma resposta — pelo menos por enquanto.

No coração do Oceano Pacífico, a cerca de 200 quilômetros a leste das Ilhas Marianas, está uma das regiões mais misteriosas e impressionantes do planeta: a Fossa das Marianas. Ela se formou há milhões de anos, como resultado do encontro entre duas placas tectônicas: a do Pacífico e a das Filipinas. Esse processo geológico, chamado subducção, ocorre quando uma placa oceânica é empurrada sob outra, criando uma depressão profunda no fundo do mar.

A Fossa das Marianas foi descoberta em 1875 por uma equipe de cientistas a bordo do navio britânico HMS Challenger. Utilizando uma corda com peso na ponta, eles registraram uma profundidade de impressionantes 8.184 metros — o primeiro passo em direção a uma jornada de descobertas fascinantes.

Fonte: Google Maps

Com o avanço da tecnologia, novas expedições foram realizadas ao longo dos anos, agora com equipamentos mais precisos e modernos. Essas missões trouxeram dados valiosos sobre as condições extremas do local, como temperatura, pressão, níveis de oxigênio e, claro, a existência de formas de vida adaptadas a esse ambiente inabitável para muitos animais – mas ainda há muita vida no fundo do oceano. Essas informações abriram caminho para pesquisas sobre biodiversidade marinha e contribuíram para o debate sobre preservação dos ecossistemas.

Após novas aventuras pela zona – realizadas de forma remota e com tripulantes – as métricas confirmaram: localizado nas Fossas das Marianas, há o ponto mais profundo conhecido pelo homem até os dias atuais, medindo 10.935 metros de profundidade, desde sua última atualização, através de uma pesquisa realizada em 2021. Nomeado Depressão Challenger, esse local ganha por mais de 2 km de diferença do ponto mais alto acima do nível do mar, o cume do famoso Monte Everest, com uma altura de 8.848,86 metros.

Nem mesmo esse local tão remoto está livre da ação humana. Expedições recentes encontraram resíduos tóxicos e microplásticos, como embalagem de balas, mesmo nas profundezas da Fossa das Marianas — um alerta sobre o alcance da poluição. Apesar de ser um dos ambientes mais inóspitos da Terra, esse abismo carrega sinais da nossa interferência humana nos oceanos.

Segundo a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA), até 2022, apenas cerca de 23% do fundo do oceano havia sido mapeado. A razão? A complexidade logística, os altos custos e os desafios técnicos envolvidos. Hoje conhecemos melhor a superfície da Lua — e até de Marte — do que as profundezas do nosso próprio planeta.

Referências: 

RUBY, C.; ZELENAK, G. Seafloor Mapping. Disponível em: <https://oceanexplorer.noaa.gov/explainers/mapping.html>.

Discover the Mariana Trench, the deepest place under the sea|. Disponível em: <https://www.nausicaa.fr/en/the-ocean-magazine/mariana-trench-adventure-11000-metres-under-sea>. 

Conheça os 5 pontos mais profundos de cada oceano, mapeados por expedição. BBC News Brasil, [s.d.]. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57141772#:~:text=Alguns%20desses%20locais%2C%20como%20a,pesquisados%20%E2%80%8B%E2%80%8Bv%C3%A1rias%20vezes.>

https://www.britannica.com/place/Mariana-Trench

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilhas_Marianas

https://oceanexplorer.noaa.gov/explainers/mapping.html

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