1, 2, 3 do Coração: O Passo que Muda o Compasso da Mente

Por: Laura Oliveira da Silva, aluna de graduação em Engenharia Mecânica pela UFF.

Orientação: Prof.ª Dr.ª Lucianne Fragel Madeira e Dr. Gustavo Henrique Varela Saturnino Alves.

Você já se pegou balançando o pé no ritmo de uma música sem nem perceber? Ou sentiu uma energia diferente ao dançar sua música favorita? A dança é uma forma de expressão que vai muito além do lazer! Seu poder é de relaxar a mente e até acalmar o coração (literalmente!).

A Harmonia da Melodia

Quando você dança, seu sistema nervoso autônomo responde ao ritmo e ao tempo musical. Isso pode afetar diretamente a frequência cardíaca, entre outras funções corporais. Em um estudo da década passada de título: ‘’ Qualidade de vida dos praticantes de dança de salão’’ (Machado, 2011) concluiu que dança de salão por exemplo, parece ser um instrumento para a melhoria/manutenção  da  qualidade  de  vida  para  os  quatro  domínios  (físico,  psicológico,  social  e ambiental). Em outra pesquisa  mais recente ‘’Efeitos da música no sistema cardiovascular’’ (Kulinski et al. 2021)mostrou que músicas com batidas rápidas tendem a acelerar a frequência cardíaca, enquanto músicas mais calmas e lentas tendem a reduzir. Então, quando você dança no ritmo, seu corpo naturalmente acompanha esse tempo, refletindo diretamente o coração. 

Além de ser comprovado cientificamente o acompanhamento desse coração no “tempo certo”, o termo técnico para essa sincronização é entrainment. Ele descreve como os ritmos biológicos, como os batimentos cardíacos, podem corresponder com estímulos externos, como o ritmo da música. Isso já foi observado em diversos estudos com dança, música e até batimentos cerebrais.

Mas não é só o corpo que agradece, a mente também se beneficia. 

Um estudo realizado com adultos de 18 a 62 anos mostrou que a dança tem efeito direto na melhoria da saúde mental, pois o resultado obtido foi a redução de taxas de depressão, ansiedade e o melhoramento dos aspectos do humor. 

Dançar exige concentração, seja para acompanhar os passos ou simplesmente sentir a música. Esse foco no presente ajuda a afastar preocupações e pensamentos acelerados, funcionando quase como uma meditação em movimento.

Além disso, estudos mostram que a dança pode diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Ou seja, quando você se entrega ao ritmo, está literalmente ajudando seu cérebro a relaxar.

Qualquer Ritmo Vale!

A melhor parte é que não importa o estilo. Seja um zouk apaixonado, um forró animado ou uma dança livre no quarto, o importante é deixar o corpo se mover. E até quem fala que “não sabe dançar” não escapa. O segredo está em aproveitar o corpo e permitir que o movimento traga aquela sensação de leveza.

Então, que tal colocar sua música favorita para tocar agora mesmo? Seu corpo e sua mente vão agradecer!

Bibliografia:

https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8727633/

https://www.researchgate.net/publication/350690926_The_Effect_of_Music_on_Heart_Rate_Variability_Review

Qualidade de vida dos praticantes de dança de salão. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/533/532

https://www.sbh.org.br/arquivos/artigos/a-danca-pode-auxiliar-na-reducao-da-pressao-arterial/#:~:text=Os%20autores%20dessa%20revis%C3%A3o%20demonstraram,complementar%20no%20tratamento%20da%20hipertens%C3%A3o.

Efeitos da música no sistema cardiovascular. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37287281/