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Qual é o problema em não me vacinar?

Por: Andressa Alvarenga, aluna de graduação em Biomedicina pela UFF.

Mesmo em meio a tantos desafios para o seu desenvolvimento, e o crescimento de movimentos antivacina nos últimos anos, a vacinação é considerada, sem dúvidas, um dos maiores avanços da humanidade em relação à saúde pública.

A vacinação é uma das medidas mais importantes de prevenção de doenças. Afinal é muito mais fácil prevenir a doença do que tratá-la. O Ministério da Saúde disponibiliza diversas vacinas gratuitas pelo Sistema Único de Saúde(SUS), o que acabam se tornando também muito mais barato do que hospitalizações, cuidados médicos intensivos ou as consequências de perda de produtividade no trabalho.

Fonte: Prefeitura de Niteroi, foto por Alex Ramos

Resumidamente, as vacinas protegem o indivíduo contra micro-organismos como bactérias e vírus. Dessa forma, elas podem atuar eliminando ou reduzindo drasticamente o risco do indivíduo adoecer ou de ter manifestações graves.

As vacinas podem ser produzidas por esses micro-organismos enfraquecidos, inativados ou até mesmo por seus derivados, sendo então produtos biológicos que induzem a defesa do corpo contra esses micro-organismos, os quais podem provocar alguma infecção, doença ou até mesmo a morte do indivíduo. Quando são aplicadas em massa, ajudam a prevenir pandemias e epidemias, já que dificultam a dispersão rápida desses micro-organismos.

Foi criado no Brasil em 1973, o Programa Nacional de Imunizações(PNI) que tem como objetivo eliminar e controlar as doenças infecciosas. Esse programa disponibiliza um calendário do qual contém informações sobre quais vacinas tem que se tomar de acordo com a faixa etária e também quantas doses são necessárias. Além de informar os efeitos adversos das vacinas, tudo isso  disponível no Calendário Vacinal. Acesse pelo site https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario.

É importante ressaltar que doenças como poliomielite e varíola foram erradicadas graças à vacinação, e também muitas doenças deixaram de ser um problema de saúde pública. Por ano, a vacinação evita de dois a três milhões de mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Assim resumidamente, os benefícios da vacinação incluem:

  • Proteção contra doenças
  • Redução da Mortalidade
  • Imunidade de Rebanho ou Grupo
  • Economia de Custos de Saúde
  • Prevenção de Epidemias e Pandemias
  • Contribuição para Erradicação de Doenças.

Mas o que seria a imunidade de Rebanho ou grupo?

É quando grande parte da população foi vacinada, portanto protegida, isso indiretamente protege outras pessoas de algum grupo vulnerável que não podem se vacinar, diminuindo a probabilidade dessa pessoa de se infectar pois a pessoa vacinada não transmite a doença. Logo a vacinação é um ato coletivo, por isso é tão importante que todos se vacinem.

Fonte: G1/ Guilherme Luiz Pinheiro

E qual é o problema de eu não me vacinar?

Pois você pode adoecer ou até mesmo morrer. Além disso, você pode transmitir para grupos vulneráveis que não puderam se vacinar. E ainda há a possibilidade de retornos de doenças que já não eram adversidades recentes para saúde pública. Em uma das publicações da Fiocruz, é apontado que devido a baixa cobertura vacinal, o sarampo não só voltou, como já causou mortes, sobretudo de crianças abaixo de 18 meses. Nesse mesmo artigo, é falado que se a poliomielite voltar, o Brasil não dispõe de hospitais com equipamentos específicos para seu tratamento.

Novamente, reforça-se a ideia que a vacinação é um ato coletivo.

Optar por não vacinar também abre espaço para perpetuar mitos e desinformação a respeito sobre a segurança e a eficácia das vacinas, contribuindo dessa forma para a hesitação vacinal e reduzindo a adesão à vacinação em toda a comunidade.

Mas por que as taxas de vacinação caíram no Brasil?

A desinformação é uma das causas mais importantes para esse fator, ela possui como consequências os seguintes pontos:

  • A percepção enganosa de parte da população de que não é preciso mais vacinar porque as doenças desapareceram;
  • O surgimento de movimentos antivacina dos quais recusam acreditar na eficácia da vacina e inventam mitos e desinformações, os quais são espalhados e levam a outras pessoas terem o mesmo comportamento, assim recusando-se também a tomar a vacina. Isso leva a outro ponto importante que é o medo de que as vacinas causem reações prejudiciais ao organismo. Fatores que agravam essas situações são a falta de campanhas de vacinação e, como mencionado antes, a criação de fake news;
  • O desconhecimento de quais são os imunizantes que integram o calendário nacional de vacinação, e que jovens e adultos ainda precisam se vacinar;
  • O medo de que o número elevado de imunizantes sobrecarregue o sistema imunológico.

Outros pontos levantados incluem:

  • Falta de tempo das pessoas para ir aos postos de saúde, que funcionam das 8h às 17h só nos dias úteis;
  • Relatos de médicos e outros profissionais da saúde que aconselham as pessoas a não se vacinarem contra as doenças que não existem mais no país.

Conclui-se então que a vacinação é de extrema importância e traz diversos benefícios para a população. É necessário criar campanhas de vacinação com horários flexíveis e melhorar a comunicação com a população e os profissionais de saúde, seja nas Unidades Básicas ou por meio da ação dos Agentes Comunitários de Saúde, pois a unificação das informações corretas e seguras para a população é fundamental.

Referências:

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